30 junho 2006

4 em 1 ... de Julho

Roam-se de inveja: amanhã, sábado, vou a quatro festas num só dia: 1 de Julho.
A primeira começa logo que o Marcelo nos vier acordar como tão bem lhe sabe fazer ao fim de semana: é que ele vai fazer 4 anos e nesse dia quem manda é mesmo ele. Eu disse manda? Foi do entusiasmo. Terá pelo menos mais “voto na matéria”, está bem assim? …para o menino Marcelo, uma salva de palmas!
A segunda é o baptizado do meu sobrinho Gustavo e espantem-se: a Isabel é a madrinha e … suspense ………..o padrinho sou eu! É verdade, leram bem, sou EU! Vou finalmente ser padrinho de alguém, o que revela uma enorme falta de responsabilidade na escolha que os pais fizeram: se nunca ninguém me quis para padrinho de um filho, alguma razão deverá haver. Não pensaram bem, meninos! Enfim, Gustavo, se queres a benção do padrinho, faz uma tatuagem e vai aprendendo o hino de Angola porque notas, só se forem das de música.
A terceira festa é condição para a segunda. A Xana e o Paulo vão casar-se pela igreja. Faz lá o sacrifício, Fialhito, senão o clero não te abençoa o filho e sabe-se lá o que lhe poderá mais acontecer. Enfim, poderia alongar-me aqui sobre este tema mas não o conheço o suficiente. Estou a falar da Igreja, não do casamento, claro! Parabéns aos dois e aturem-se um ao outro como nós vos temos aturado. Já não faltará tudo.
Finalmente a quarta, o Portugal-Inglaterra. Não vamos ver a segunda parte porque o clero deve considerar o futebol uma festa pagã e vai daí, marcou o baptizado para a mesma hora do jogo. Mas vamos certamente festejar no fim. Agora que os meus Palancas já estão a banhos de sol no Mussulo, torço pelos Tugas. Depois das críticas dos ingleses e dos brasileiros, o que eu mais queria era uma vitória por 1-0, após um remate agressivo e violento (a merecer um cartão vermelho) do "português" Deco. Era a alfinetada sublime nos “bifes” e nos “brasucas”.
Com tanta festa espero nos próximos dias estar em condições de vos contar como foi.
Bom fim de semana.
Mukinus e Kandandus

28 junho 2006

Jornal Expresso - próx. sábado

ALERTA VERMELHO NA ACTIVIDADE SEGURADORA
Mediadores de seguros denunciam situação insustentável: "Sentimo-nos enganados. Ninguém nos disse que era para sempre"
Legenda da foto: Os três mediadores na companhia do representante da seguradora (3º a contar da esqª) pouco antes do embarque.
"Não nos disseram que seria com carácter definitivo. Falaram-nos em 4 dias de descanso mas nunca foi abordada a hipótese de nunca mais trabalharmos". disse à nossa redacção R.S., mediador do Porto
"Ainda não consegui voltar a trabalhar desde que chegámos. Não sei por que ponte lhe pegue. Parece que estou nisto pela primeira vez". acrescentou A.J., agente de seguros em Guimarães
"Eles não me perdoaram por torcer pelos Palancas. A comida do avião bem me pareceu esquisita. Isto faz-me lembrar o tempo da guerra fria. Estou profissionalmente amnésico". acusa F.E., mediador em S.Mamede Infesta
"Não posso falar. A Direcção decretou black-out". diz R.D., representante da seguradora.

21 junho 2006

ANGOLA! ANGOLA! ANGOLA!

A mensagem certa, antes que deixe de ser o momento certo: Bravo, Palancas!
Para principiantes, condenados a bombos da festa, surpreendemos o mundo da bola. Só uma derrota, e com a melhor selecção do mundo. Exagero..., não, é mesmo piada para alguns.
Só para terminar, regressando aos Palancas: dava muito jeito ter um treinador, não?
Até 2010?

20 junho 2006

Cabo Verde - Diário de Viagem IV

CYBER CAFÉ - NÓS CULTURA
Este será, em princípio, o último Regresso a Cabo Verde. Acho que não esqueci nada relevante (alguém se lembra de mais?) e o mais importante foi recordar e partilhar os momentos bons que lá passámos juntos, antigos e novos amigos.
Foram quatro dias durante os quais nos divertimos por sete ou oito, fazendo jus àquela velha máxima que diz: “em cada grande grupo de pessoas, há sempre um pequeno grupo, o dos filh.. da p... irritantes que brincam com toda a gente, se riem de tudo e de nada mas que por isso mesmo se divertem mais do que os outros”. Esse grupo, desta vez, fomos nós!
Um abraço para os três, amigos.
Assim encerro o capítulo sobre a nossa viagem. Talvez continue, mais tarde, a deixar por aqui algumas fotos que tirei e que dispensam comentários, como a de hoje.

19 junho 2006

Cabo Verde - Diário de Viagem III

10.06.2006 – Sobre os Insectos
Hoje achei por bem abordar um tema didáctico, do género de uma aula de Ciências da Natureza, para falar um pouco sobre a fauna de Cabo Verde. Que não é muito diversificada.
Em termos de peixe, a escolha resume-se quase sempre à opção entre o peixe-serra e o atum fresco, raramente acrescida de uma terceira opção de marisco.
É também pouco frequente verem-se cães nas ruas. E não me parece que as pessoas os tenham dentro de casa num clima daqueles. Lembro-me de apenas ter visto um ou dois dignos representantes da raça vira-lata.
Já quanto aos insectos, multiplicam-se em enxames insuportáveis, embora agrupados em duas categorias significativas: os escaravelhos e os besouros.
Os escaravelhos são feios, muito negros, de pequeno porte e são provenientes de países africanos: Quénia, Nigéria e Gana principalmente. São desprezivelmente insignificantes mas agem com instinto predador, agarrando-se a qualquer besouro que lhe apareça à mão, dificilmente o largando antes de conseguir dele a boleia pretendida. Escolhem o seu habitat em zonas de difícil acesso, sem higiene, de dimensões reduzidas, em resumo, de aspecto repugnante.
Os besouros são brancos, de porte variado e são comparados ao goraz devido à forma inchada que os seus olhos apresentam pela manhã. Viajam da Europa à procura de calor, que encontram sob várias formas: a climatérica e a causada pela fricção, junto dos escaravelhos. Iniciam assim o acto de acasalamento, que podem até vir a repetir.
Existe também um outro tipo de besouro, conhecido como Solitário. Não partilha o seu habitat com nenhum outro da sua espécie, raramente permite o contacto sonoro mas os estudos efectuados ao espécimen encontrado não permitiram determinar com certeza se terá permitido o contacto directo com algum escaravelho.
Além dos mencionados, vi também uma borboleta que de tão bela e desejada se deixou levar pelos maus ventos. E nem abanando as suas lindas asas consegue evitar que nela pouse, agora, um qualquer besouro.
Força borboleta, mereces mais do que todos os besouros e escaravelhos juntos!

18 junho 2006

Cabo Verde - Diário de Viagem II

09.06.2006 – Dia livre
Finalmente alguns minutos sem compromissos para registar as primeiras impressões em solo cabo-verdiano.
Infelizmente, as minhas expectativas foram demasiado optimistas e a agenda sobrecarregada da viagem não abona em favor da operadora que a organizou. Não temos um minuto de descanso e já suspiro pelo sossego dos telefones, dos faxs e dos mails lá do escritório.
Ontem andámos todo o dia em carrinhas de caixa aberta a conhecer a ilha. Visita às salinas, banhos em águas onde o corpo flutua (26 vezes mais salgadas do que o mar), miragens no meio de extensões de areia infindáveis, mais banhos em piscinas de água do mar com nomes de gosto duvidosos (quem é que se lembrou de chamar Buracona a um buraco nas rochas, ainda por cima mesmo ao lado do Olho Mágico, algum tipo de analogia?).
E hoje? Logo de manhã, o stress de não termos sido acordados por um recepcionista amnésico retira-nos o prazer de um pequeno-almoço que deveria ser calmo e energético. Em vez disso, somos obrigados a enfrentar com coragem bufetes de iguarias dispostas sobre mesas a perder de vista. O que é feito da minha habitual meia-de-leite?
Terminada a primeira aventura gastronómica do dia, mas ainda mal recuperados dos nervos causados pelo esquecimento do recepcionista, outro problema se nos depara de imediato, sem trégua: praia ou piscina? Como escolher, em função de que critérios, com que consequências para o futuro da nossa estadia? Começo a acusar o cansaço psicológico. Começo a ir-me abaixo.
Optamos pela praia onde damos, contra vontade, alguns mergulhos numas águas enervantemente azul-turquesa, ainda por cima quentes. Tentamos fugir dali quanto antes e somos “apanhados” por um grupo de animadores do hotel que nos obrigam a tomar parte numa aula de danças para abanar o “mataco”, dada por um grupo de rapariguitas esculpidas com carinho pela mãe-natureza. Que grande chatice! Ai os telefones, os faxs e os mails, que bem que eu estaria agora no escritório!
Fartos de tanto sofrer, tomamos uma atitude radical: dizemos Basta!
Vamos para a piscina! Pedimos uma bebida para acalmar a sede causada pelo esforço sobre-humano que acabámos de fazer. A Elena, barmaid zelosa mas sádica, serve-nos uma dose de pura maldade: uma bebida da mesma cor da água da própria piscina. Não nos resta senão sentarmo-nos nos bancos do bar, dentro de água, e beber sem protestar. Detesto ser obrigado mas ainda me hei-de vingar desta “gaja”.
Para compensar vamos todos ao snack-bar, ver se podemos comer qualquer coisa. Oh, não! Mais bufetes, saladas de todo o tipo, peixes suculentos acabados de grelhar, sumos, um verdadeiro teste de escolha múltipla. É a gota de água. Desta vez, chega!
O que é feito do sossego do meu escritório: os telefones, os faxs e os mails? Isto vai acabar mal. E ainda só são quatro da tarde.

16 junho 2006

Cabo Verde - Diário de Viagem I

07.06.2006 – No avião para Cabo Verde
Cá vamos nós, a caminho de Cabo Verde. Espero que a viagem corra bem: foi organizada por uma seguradora (nestas coisas não se devem dizer nomes e por isso eu não vou dizer que foi a Global…ó caraças, já disse!) que decidiu dar uns dias de férias a alguns dos seus agentes.
Depois de uma tarde passada em aeroportos, à espera dos voos, estamos finalmente a três horas do destino, a Ilha do Sal.
Espero ansiosamente que as hospedeiras (parecem de cera, aqueles sorrisos são mesmo forçados!), nos tragam um tabuleiro de fast-food que não terá outro efeito senão aliviar a “fomeca”, apesar do Mac que comemos na Portela. Como dizia a mulher do “muletas”, esta alimentação é uma “bomba de calorias”. Mas um estômago vazio faz-nos aceitar a pior das ementas.
O grupo é bem disposto, é o mínimo que se pode dizer. Já nos vamos a rir por tudo e por nada. deve ser a nossa forma de começar a descomprimir.
Quem não está muito satisfeito é o alemão que viaja numa das cadeiras à nossa frente. Vira-se para trás de vez em quando e olha-nos com uma cara de poucos amigos (se é que com aquela fronha se pode ter algum amigo) mas parece-me que não deve ser pelo incómodo mas sim por já estar “lixado” por não perceber português e não se poder rir com as nossas piadas. Só pode ser!
Quanto às expectativas para a estadia, estou pronto para o que der e vier apesar do cansaço. Preparei mal os próximos dias pois dormi pouco na noite passada: isto dos filhos acordarem para ver o Noddy às seis da manhã é dose! O problema é que não prevejo muitas horas de sono para os próximos dias.
A ver vamos!

14 junho 2006

Kabu Berdi - Mi ê dod na Bô *

* Cabo Verde - Eu gosto de ti
Estou de volta. Depois de uns dias passados no colo da minha mãe África, vou deixar por aqui, e durante alguns "posts", alguns cheirinhos do que foi este Regresso.

06 junho 2006

Amanhã, Raul

Amanhã - Duo Ouro Negro
(...)

Peço ao meu lema que faça com que eu volte

A morar na terra amada que me viu nascer

Quero chegar de madrugada

Para ver o sol raiar

Quero chegar de madrugada

Para ninguém ver

Se eu chorar

(...)

Embora o “Hino à Paz” tenha marcado mais a minha infância em Angola, esta parte da letra da canção “Amanhã” é, como dizem os brasileiros, a “minha cara”.
Fica bem, Raul.
Agora que te reencontraste com o Milo, vão poder de novo brincar com as notas e juntá-las em melodias que ficaram por compor quando foste forçado a trajar o branco da dor.
Guardo, e hoje partilho, a lembrança de me teres franqueado a tua porta e autografado os discos da minha meninice.
Daí de onde estás, deita um olho pela nossa Angola: vê se o meu Mano, entre tantos manos, está bem e vai tratando de arranjar lá um cantinho para as minhas bikuatas.
E nesse dia, quero chegar de madrugada para ninguém ver que vou estar a chorar!

05 junho 2006

Sem Comentários

Questão nº 1: O que é um teclado?
Para mim, um teclado é uma parte de um computador, composta por um conjunto de teclas tendo cada uma delas a função de reproduzir os caracteres representados na sua face superior. Achei uma boa definição mas consultei depois o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora e ele confirmou: é o conjunto convenientemente organizado das teclas de um computador, cuja função é a transmissão de símbolos.
A uma conclusão pude chegar: o objecto está identificado.
Questão nº 2: Alguém lê o Regressos?
Eu gosto de pensar que sim. Pelo menos, tendo como ponto de partida para a minha cuidada avaliação uma sondagem efectuada “à boca do monitor” junto de 234,2 indivíduos representativos dos mais importantes clubes, religiões, regiões, sexos, idades, crenças, profissões, raças (e muitos outros, caraças) parece que sim! Ainda hoje recebi um mail de um antigo colega da Tuna que encontrou outro colega que lhe disse que eu tinha um blog e qual é o teu endereço que eu quero ir lá ver e deixar um comentário, carago, Pantera!
Questão 3: Quem não gosta de incentivo?
Pois isso é que dá prazer a um homem! Um gajo sente-se bem: ah e tal…que eu até já fui ao teu blog…e achei porreiro…e tal!
Ora um homem gosta que lhe vão ao blog pelo menos uma vez (não, não tem nada a haver com os cowboys da montanha das costas partidas, que até ganharam recentemente um Óscar, de certeza que não). Como estava a dizer, pelo menos uma vez, quanto mais não seja para dar uma opinião. O que nos leva à…
Questão nº 4: Por que é que não há mais comentários?
Sim, digam lá, por que é que não há mais comentários? Além dos habituais comentadores, aos quais agradeço a fidelidade, ninguém comenta nada. Assim parece que mais ninguém lê. Quando me encontram dizem: Olha, eu fui ao teu blog, li, achei giro … mas não sei o que dizer nem tenho jeito para escrever!
OK, vamos por partes: sabes o que é um teclado, leste o texto, achas que eu vou gostar de saber que aquilo que escrevo tem algum valor pata ti, então por que é que não deixas o teu comentário?
Questão nº 5: Aceitas um desafio?
Depois de leres este texto, não mudes de página antes de escrever algumas palavras. Depois informa um amigo, que pode ser comum ou não, da existência deste blog. Para terminar, habitua-te a “fazer-me uma visita” semanal ou mesmo quinzenal, ou até mensal.
Alguém, não sei quem, disse que um homem só está “completo” (seja lá isso o que for) depois de fazer um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. A mim só me faltava o livro e por isso decidi avançar, embora virtualmente, porque a impressão está cara e a natureza recomenda que se poupe no papel.
De qualquer das formas vou continuar por aqui, porque como já escrevi uma vez, esta também é uma forma egoísta de reviver momentos felizes: os meus Regressos.

01 junho 2006

Dia Mundial da Criança...e os outros 364?

À semelhança do que já foi dito sobre do Dia Mundial da Mulher, esta mania de criar dias determinados para isto e para aquilo é uma tremenda hipocrisia. Mas está instituído que assim é. E se não os consegues vencer...
Por isso, a propósito de hoje, aqui ficam algumas mensagens:
- Um beijo para o meu filho que será sempre o meu herói
- Um beijo à minha filha que continua, sem problemas, a preparar a sua chegada
- Um beijo aos meus futuros afilhados (e logo em dose dupla…)
- Um beijo para os filhos dos meus amigos, que meus amigos são
- E finalmente um beijo a todos os meninos do meu país, sob forma de poema-esperança.
a mão
o pé
um braço
o sorriso
a tua meninez
só não
te mutilaram
o espanto
Mutilações - José Mena Abrantes