26 janeiro 2006

Vamos embora, carago!

20-05-2003 - 20.30h – Saída de casa - Levas tudo? Os documentos? - E tu, levas os medicamentos? - Quem é que tem os bilhetes? - Põe a bandeira de fora! - Vamos embora, carago!

03.00h – Meio da viagem

- Boa noite, Sr. Condutor! - Boa noite, Sr. Guarda! - Os seus documentos, p.f.? - Só 1 min…..estou à procura….. - (o guarda sem esperar) Vão para Sevilha? - Sim - Eh pá, siga e boa viagem! - Obrigado, Sr. Guarda - Vamos embora, carago!

07.30h – Chegada a Sevilha, pousar as malas no hotel, ida até ao centro da cidade - Vamos embora, carago!

Até às 17.00 - Passeio pela cidade - Vamos almoçar uns bocadillos? - Vamos embora, carago!

Rumo ao estádio - Vamos embora, carago!

Começa o jogo - Vamos embora, carago!

1º golo - Este Ninja vale ouro! Os gajos empatam - Vamos embora, carago!

2º golo – Grande Alenitchev, viste-m’o passe do Deco, pá! Os gajos empatam - Vamos embora, carago!

Começa o prolongamento - Vamos embora, carago!

- Estou mal disposta, vou à casa de banho! - Vai mas despacha-te, carago!

3º golo – Niiiiiiiiiiiiiiiiinnnnnnnnnnnnjaaaaaaaaaa Vamos emb……não vamos a lado nenhum, carago! Acaba masé com essa m…da que os gajos ainda empatam outra vez, carago!

Acabou! Ganhámos, carago!

21 de Maio 2003 – Sevilha – Final Taça UEFA - F.C.Porto 3 – Celtic 2

Depois de 20 horas numa fila para comprar bilhetes umas semanas antes, consegui estar numa final europeia ao vivo. Uma das viagens mais marcantes da minha vida. Nem o facto de termos ganho a Champions no ano seguinte suplantou a emoção de estar “lá”.

Hoje apeteceu-me lá regressar.

25 janeiro 2006

Jota Quest

21 Maio 2005

O Brasil tem sido denominador comum de muitos acontecimentos ocorridos na vida da minha família. Desde destino preferido de férias até tema da festa do nosso casamento, passando pelo consumo de todo o tipo de música e cinema daquele país, o “Brásíu” está sempre presente na nossa vida.
Foi justamente no regresso de umas férias no Nordeste que por um acaso vi, no canal de televisão brasileiro cá existente, imagens da actuação de um grupo até então desconhecido por estas paragens, durante o Festival de Verão de Salvador. Apesar de pregado ao sofá o resto do programa, fiquei sem saber o nome do grupo. Através de um e-mail que enviei para a direcção de programação, fiquei a saber: o nome que pretende é JOTA QUEST.
Devorei toda a discografia deles. De todas as viagens que sonhei ao som das músicas deles, já perdi a conta. Falei deles aos quatro ventos e fiz a publicidade toda que eles merecem. Ninguém conhecia. Feliz fiquei quando pela primeira vez actuaram em Portugal. Eu estive lá e foi uma das noites mais bonitas e emocionantes da minha vida. Cantei de cor todas as letras de todas as músicas, e espantei-me ao aperceber-me que toda a plateia fazia o mesmo: todos nós os acompanhávamos, facto que eles realçaram em entrevistas posteriores.
Hoje regressei a essa noite, que foi ela própria um regresso às emoções características da adolescência onde é tão bom poder e saber, de vez em quando, regressar.
Fiquem bem e ouçam Jota Quest (entre outras, recomendo: Fácil).
Kandandus

11 janeiro 2006

Sobre a amizade

Esta coisa da amizade tem muito que se lhe diga.
Vejamos então os vários tipos de amizade: homem-mulher, homem-homem, mulher-mulher, negro-branco, amarelo-vermelho, branco-amarelo, negro-vermelho, norte-sul, este-oeste, amizades de longa data, recentes, fortes, duradouras, curtas, frágeis, bonitas, desinteressadas, interesseiras, difíceis, honestas, …… e se continuassemos, daqui por umas centenas de palavras ainda aqui estávamos. Mas todas elas têm muito que se lhes diga, umas mais amizades do que outras.
Não basta, para ser amigo, acreditar que a amizade não se esgota em quantidade ou número e que há sempre lugar para mais um recém-chegado ao rol dos amigos, bem ao estilo brasileiro de pôr mais água no feijão.
A amizade é como o amor: só cresce e atinge a maturidade se lhe dispensarmos um pouco de nós próprios e quantidades suficientes de atenção, compreensão, carinho, …, disponibilidade e principalmente reciprocidade.
Infelizmente o ser humano geralmente limita-se na capacidade de dar. Por conforto, por preguiça, por vergonha, por individualismo, por egoísmo, por comodismo ou com outra qualquer desculpa, acha sempre que bom mesmo é receber. Esquecendo-se de retribuir.
Mas a vida encarrega-se de fazer a triagem, mesmo nas amizades. E com naturalidade vai afastando quem é dispensável e vai trazendo novos amigos que, por sua vez, serão afastados ou não durante um novo processo de selecção.
Porque a vida já afastou de mim, na sua escolha inexorável, algumas pessoas que eu julgava que sempre se manteriam por perto, lembrei-me de alinhavar estas ideias sobre amizade.
Não posso terminar sem antes, perante todos vós, agradecer à vida por me ter dado ainda recentemente provas de que devemos e podemos acreditar em Amorizade*.
*Amorizade: termo utilizado por Luandino Vieira no seu livro “João Vêncio: os seus amores”

06 janeiro 2006

Coragem de viajar!

MÃE - de Almada Negreiros

Mãe! Vem ouvir a minha cabeça a contar histórias ricas que ainda não viajei!

Traz tinta encarnada para escrever estas coisas!

Tinta cor de sangue verdadeiro, encarnado!

Eu ainda não fiz viagens

E a minha cabeça não se lembra senão de viagens!

Eu vou viajar. Tenho sede! Eu prometo saber viajar.

Quando voltar é para subir os degraus da tua casa, um por um.

Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa.

Depois venho sentar-me a teu lado.

Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei,

tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras. Mãe! Ata as tuas mãos às minhas e dá um nó-cego muito apertado!

Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa.

Eu também quero ter um feitio, um feitio que sirva exactamente para a nossa casa,

como a mesa. Como a mesa.

Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!

Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!

Para ti, Mamã, neste teu dia de aniversário. Porque Regresso tem para ti um sabor tão amargo, espero que voltes a ter a coragem de acreditar em viajens. É o melhor que te posso desejar, eu que estou sempre de mala pronta, nem que seja por uns minutos, que não termino um único dia sem ter percorrido meio mundo. Um beijo especial num dia especial.

03 janeiro 2006

Porto

A primeira “viagem” vai ser bem curta: aqui mesmo ao Porto, aproveitando os seus vários significados.

  • Porto - chegada. Foi aqui que vim parar, ainda de calções curtos, sem perceber porque me tinham para cá trazido e sem desconfiar que ainda só era um ponto de passagem.
  • Porto - regresso. Durante vários anos, as férias: o regresso ansiosamente esperado e fazer saber a pouco o carinho que só os avós nos sabem dar.
  • Porto - abrigo. Até que por cá fiquei, nos arredores. E tenho ficado. Em trânsito para outros sonhos.
  • Porto - mar. O meu “ambiente” preferido: o mistério, a pujança, a abstracção, a imensidão, o esquecimento, a beleza infinita, o calor, os trópicos, a minha terra, a felicidade...
  • Porto - âncora. A minha família: o meu coração e a minha paixão, ambos nascidos na Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto. São eles a âncora que me mantém fundeado neste porto.
  • Porto – clube. Tudo azul… e branco.
  • Porto – beleza. Esta não estava prevista mas a foto assim o exige.

Kandandus

01 janeiro 2006

Regressos

Se conseguir "postar" estas palavras de apresentação nos próximos minutos, cumprirei assim o meu objectivo: que o primeiro dia deste novo ano seja o primeiro dia deste blog. Será um começo no início.

Aqui proponho partilhar os meus Regressos, as minhas viagens; umas indo, outras ficando; umas reais, outras sonhadas.

Porque enquanto ousar sonhar, estarei a criar oportunidades de ser feliz.

Kandandus