19 janeiro 2007

A caixa esquecida

Há algum tempo atrás o meu sogro ofereceu ao Marcelo um saco com um “monte” de bonecos de borracha que foi comprando ao longo dos anos para os filhos e que, quando eles cresceram, decidiu guardar para os netos um dia também brincarem. Estão lá entre outros a Heidi, o Marco, o Vicky e até duas balizas com os jogadores do Porto, daqueles que enfeitam o bolo em forma de campo de futebol num qualquer aniversário.
A primeira utilidade dos bonecos foi de ajudarem a entreter o Marcelo enquanto comia a sopa. Depois, quando já tinham perdido essa eficácia, foram guardados numa caixa de latão dentro de um armário. De vez em quando, o Marcelo ia concedendo aos seus amiguinhos o direito de respirarem um pouco de ar enquanto matava saudades deles, mas depressa voltavam para a sua clausura. Até que um dia por lá ficaram, votados ao esquecimento, preteridos a favor de um novo brinquedo favorito: os puzzles.
Esta semana, andava ele à procura de um jogo para se entreter e encontrou a caixa. A alegria dele foi indescritível.
- Olha este!...
- Hiiii, pá!
- E este!...
- Olha, papá, olha!!!
Para um adulto, esta sensação só deve ser comparável a um jantar de antigos colegas de escola que não se vêm há muitos anos e neste caso, ao Marcelo só lhe faltaram alguns comentários do tipo:
- É pá, ó Vicky, tás mais gordo!
- E tu, Heidi, já tens filhos?
- O quê? A abelha Maia teve um filho do Calimero!!!
- E tu Cocas, casaste com a Miss Piggy?
- Isto ainda vai dar molho, diz para rematar um dos velhos marretas.
Isto já é a imaginação a trabalhar mas o que importa realmente é que a alegria do Marcelo fez-me regressar à minha infância quando tinha brinquedos espalhados pela casa dos meus pais e pela dos meus avós, por todo o lado, até pelo quintal e de vez em quando descobria algures uma caixa, esquecida há tempos, que me proporcionava sempre novas emoções com velhos amigos.
Quem nunca encontrou uma caixa esquecida?

01 janeiro 2007

...para o menino Regressos, uma salva de palmas!

1 de Janeiro. Neste primeiro dia de 2007, o Regressos festeja o seu primeiro aniversário. Conseguiu para já duplicar os 6 meses de existência, barreira fatídica para a maior parte dos blogs, conforme as estatísticas o demonstram.
O facto de ter nascido com o mês de Janeiro vai permitir estabelecer facilmente pontos de referência já que a sua idade se irá sempre festejar com o ano civil.
Este não será por isso apenas um balanço aos seus primeiros doze meses de existência mas também uma retrospectiva aos últimos doze meses da minha vida.
No que diz respeito ao Regressos, sinto-me feliz por se ter tornado um local de encontro de amigos mas também de alguns visitantes desconhecidos. Como mágoa, apenas o facto de muitos dos que visitam este espaço permitirem que a timidez os impeça de registar os seus comentários, mas eu sei que vão lendo porque quando me encontram deixam escapar uma ou outra observação que o comprova. Vá lá, coragem, não dói nada! Os blogs sobrevivem alimentando-se do retorno que os leitores lhes conferem.
A nível pessoal, os últimos doze meses deram-me muito: uma filha, a maior de todas as prendas, dois afilhados de baptismo que já eram sobrinhos, um mano que “virou” também afilhado de casamento e uma viagem à Mãe-África que só pecou por não ter tido Angola como destino. Foi por tudo isto um ano em cheio.
Profissionalmente, foi um marco na minha vida. Foi um ano complicado que me ajudou a perceber que o projecto de carreira com o qual sonhei durante alguns anos dificilmente poderia passar da primeira fase de crescimento. A minha actividade é, como tantas outras, manipulada por tubarões que engordam sem parar e deixam cair algumas migalhas por entre os dentes, de vez em quando, para que sirvam de alimento aos pequenos peixinhos que se movimentam nas mesmas águas. Quando esses pequeninos tentam comer pedaços maiores tornam-se incomodativos e há que imobilizá-los ou aniquilá-los.
Cansei-me de ser pequeno, recuso-me a ser imobilizado e não faz parte do meu feitio acomodar-me a um projecto estagnado. Tenho sempre necessidade de novos desafios e de me sentir aliciado por novos objectivos. Por isso não resisti quando me foi apresentado um convite para, num ramo diferente, integrar um projecto desde o seu início. Será certamente uma nova ERA para mim. (Esta saiu-me bem!)
Um 2007 cheio de saúde e sucessos para todos e que este novo Ano vos traga o dobro de tudo o que me desejam. Sejam felizes!