18 junho 2006

Cabo Verde - Diário de Viagem II

09.06.2006 – Dia livre
Finalmente alguns minutos sem compromissos para registar as primeiras impressões em solo cabo-verdiano.
Infelizmente, as minhas expectativas foram demasiado optimistas e a agenda sobrecarregada da viagem não abona em favor da operadora que a organizou. Não temos um minuto de descanso e já suspiro pelo sossego dos telefones, dos faxs e dos mails lá do escritório.
Ontem andámos todo o dia em carrinhas de caixa aberta a conhecer a ilha. Visita às salinas, banhos em águas onde o corpo flutua (26 vezes mais salgadas do que o mar), miragens no meio de extensões de areia infindáveis, mais banhos em piscinas de água do mar com nomes de gosto duvidosos (quem é que se lembrou de chamar Buracona a um buraco nas rochas, ainda por cima mesmo ao lado do Olho Mágico, algum tipo de analogia?).
E hoje? Logo de manhã, o stress de não termos sido acordados por um recepcionista amnésico retira-nos o prazer de um pequeno-almoço que deveria ser calmo e energético. Em vez disso, somos obrigados a enfrentar com coragem bufetes de iguarias dispostas sobre mesas a perder de vista. O que é feito da minha habitual meia-de-leite?
Terminada a primeira aventura gastronómica do dia, mas ainda mal recuperados dos nervos causados pelo esquecimento do recepcionista, outro problema se nos depara de imediato, sem trégua: praia ou piscina? Como escolher, em função de que critérios, com que consequências para o futuro da nossa estadia? Começo a acusar o cansaço psicológico. Começo a ir-me abaixo.
Optamos pela praia onde damos, contra vontade, alguns mergulhos numas águas enervantemente azul-turquesa, ainda por cima quentes. Tentamos fugir dali quanto antes e somos “apanhados” por um grupo de animadores do hotel que nos obrigam a tomar parte numa aula de danças para abanar o “mataco”, dada por um grupo de rapariguitas esculpidas com carinho pela mãe-natureza. Que grande chatice! Ai os telefones, os faxs e os mails, que bem que eu estaria agora no escritório!
Fartos de tanto sofrer, tomamos uma atitude radical: dizemos Basta!
Vamos para a piscina! Pedimos uma bebida para acalmar a sede causada pelo esforço sobre-humano que acabámos de fazer. A Elena, barmaid zelosa mas sádica, serve-nos uma dose de pura maldade: uma bebida da mesma cor da água da própria piscina. Não nos resta senão sentarmo-nos nos bancos do bar, dentro de água, e beber sem protestar. Detesto ser obrigado mas ainda me hei-de vingar desta “gaja”.
Para compensar vamos todos ao snack-bar, ver se podemos comer qualquer coisa. Oh, não! Mais bufetes, saladas de todo o tipo, peixes suculentos acabados de grelhar, sumos, um verdadeiro teste de escolha múltipla. É a gota de água. Desta vez, chega!
O que é feito do sossego do meu escritório: os telefones, os faxs e os mails? Isto vai acabar mal. E ainda só são quatro da tarde.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

MEU AMIGO...SINTO NAS TUAS PALAVRAS O ENORME SACRIFICIO QUE TIVESTE QUE REALIZAR PARA ESTA MISSÃO...QUASE IMPOSSIVEL...ESTOU DO TEU LADO E PARTILHO A CEM POR CENTO D TUA OPINIÃO...TAMBÉM SENTI UM ESFORÇO D TAL MANEIRA QUE JÁ CHEGÁMOS HÁ UMA SEMANA E NEM CONSIGO TRABALHAR...FIQUEI PERTURBADO...JÁ TENHO AS MALAS PRONTAS PARA VOLTAR A KABU BERDI A FIM DE ME IR TRATAR...

UM GRANDE ABRAÇO...

19/6/06 01:16  
Anonymous Anónimo said...

Com esta imagem só me apetece abandonar o escritório e ir já de férias!
Era bom não era?
Pois é, deve ter sido realmente muito dificil para vocês, coitadinhos!!!

20/6/06 12:23  
Anonymous Anónimo said...

Manu....

Já me estava a passar com tanto stress....
Ai as animadoras....que miudas chatas e irritantes...de boas....ehehehehe
Como é que é a receita do "Tuga"?...que grande moca....ehehehehe
Bem...recordações de um periodo muito dificil da minha vida...

Saudações palancas...
Rui Damião

20/6/06 20:40  

Enviar um comentário

<< Home