11 janeiro 2006

Sobre a amizade

Esta coisa da amizade tem muito que se lhe diga.
Vejamos então os vários tipos de amizade: homem-mulher, homem-homem, mulher-mulher, negro-branco, amarelo-vermelho, branco-amarelo, negro-vermelho, norte-sul, este-oeste, amizades de longa data, recentes, fortes, duradouras, curtas, frágeis, bonitas, desinteressadas, interesseiras, difíceis, honestas, …… e se continuassemos, daqui por umas centenas de palavras ainda aqui estávamos. Mas todas elas têm muito que se lhes diga, umas mais amizades do que outras.
Não basta, para ser amigo, acreditar que a amizade não se esgota em quantidade ou número e que há sempre lugar para mais um recém-chegado ao rol dos amigos, bem ao estilo brasileiro de pôr mais água no feijão.
A amizade é como o amor: só cresce e atinge a maturidade se lhe dispensarmos um pouco de nós próprios e quantidades suficientes de atenção, compreensão, carinho, …, disponibilidade e principalmente reciprocidade.
Infelizmente o ser humano geralmente limita-se na capacidade de dar. Por conforto, por preguiça, por vergonha, por individualismo, por egoísmo, por comodismo ou com outra qualquer desculpa, acha sempre que bom mesmo é receber. Esquecendo-se de retribuir.
Mas a vida encarrega-se de fazer a triagem, mesmo nas amizades. E com naturalidade vai afastando quem é dispensável e vai trazendo novos amigos que, por sua vez, serão afastados ou não durante um novo processo de selecção.
Porque a vida já afastou de mim, na sua escolha inexorável, algumas pessoas que eu julgava que sempre se manteriam por perto, lembrei-me de alinhavar estas ideias sobre amizade.
Não posso terminar sem antes, perante todos vós, agradecer à vida por me ter dado ainda recentemente provas de que devemos e podemos acreditar em Amorizade*.
*Amorizade: termo utilizado por Luandino Vieira no seu livro “João Vêncio: os seus amores”

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Há tantos tipos de amizade que se torna complicado dizer quem é amigo. Na generalidade, chamamos "amigo" a toda a gente: amigos, colegas, conhecidos... É também aqui que se faz a "tal" triagem, que a vida nos mostra quem nos dá e a quem sentimos necessidade de dar. Não acho que algum amigo, seja de que tipo for, seja dispensável, mas claro que há amigos e amigos. E todos os dias me lembro que a vida afastou de mim, injustamente, aquele que era o mais perfeito sinónimo de Amorizade... a Sara. Peço desculpa a todos os meus Amigos (com maiúscula) se se sentirem menosprezados. Não é o caso. E tu maninho, deves saber que a minha amorizade por ti não tem igual. Não é preciso dar provas, há coisas que se "sabem" sem saber, que se sentem. Como escreveu uma vez Anne Frank, "só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos".
Mukinus

12/1/06 14:14  
Anonymous Anónimo said...

Eu sou bem mais rigorosa, xana, e por isso os meus Amigos podem ser contados pelos dedos de uma só mão.
Relativamente à "triagem" que falas, fernando, que a vida vai afastando quem é dispensável, não te deves nunca sentir triste ou magoado, antes pelo contrário, deves sair dessa relação de amizade com um sentimento de engrandecimento; e isto porque:
"Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é unica e nenhuma sibstitui outra.
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa só.
Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram por acaso."
( Saint - Exupéry )

12/1/06 15:58  
Anonymous Anónimo said...

Os verdadeiros amigos estão sempre presentes, mesmo quando estão longe, ou quando não telefonam regularmente...voçês estão.

Beijos para ti, para a Isabelinha e para o terrorista do meu "sobrinho".

29/3/06 12:08  

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