24 outubro 2008

Secar ou não secar ... o cabelo da Luana!

A vida é feita de pequenos momentos que temos de saber aproveitar.
O banho dos meus filhos, tarefa que não dispenso, tem desde há algum tempo um aliciante suplementar: aguardar pela secagem do cabelo da Luana para reviver os grandes êxitos dos Boney M: “Brown girl in the ring, lá lá lá lá lá…”.
Não parece mesmo?
A foto representa a diferença entre secar o cabelo dela com secador ou deixá-lo ao ar.
Bom fim-de-semana a todos.

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21 outubro 2008

O contorcionista

Quando o Marcelo nasceu foi decidido que ficaria a dormir no quarto dele mal viesse para casa. Nada de experimentar o quarto dos pais não fosse habituar-se ao “quentinho” e não querer mais de lá sair.
Passou desde então por várias fases em que, acordando a meio da noite, ia para a cama dos pais, para o sofá da sala e num fim de semana que passámos numa casa para ele desconhecida, “aterrou” no chão do quarto de banho. Nada de tremendamente original. Muitas crianças passam pelo mesmo.
Mas por muito que eu tente ser explícito, nunca serei capaz de descrever às pessoas a posição preferida dele.
Conhecem mais alguém capaz de dormir assim?

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13 outubro 2008

O meu tio Adérito

Quando eu vivia em Luanda ia de vez em quando com os meus pais a Nova Lisboa, actual Huambo, onde aproveitávamos para visitar o Tio Adérito, figura ímpar da família, irmão da minha avó materna. (à direita na foto, com os meus avós e a minha mãe, no dia em que embarcaram todos para Angola em 1946).
Enfermeiro de profissão e grande apreciador de automóveis, era para os seus pacientes mais seguro e confiável do que jamais qualquer médico conseguiria ser. A vida corria-lhe muito bem o que lhe permitia trocar de carro “como quem troca de camisa” e, segundo rezam as crónicas, o número de carros que já tinha tido só encontrava rival na quantidade de corações que tinha conquistado. Era, em suma, o galã da família: simpatiquíssimo, o charme em pessoa.
A minha tia era a alegria de viver. Pelo menos é essa a lembrança que tenho dela. Sempre a rir, sempre bem-disposta, riso contagiante, bem-humorado, sincero e acima de tudo bem ruidoso.
A descolonização e o regresso a Portugal afastou as famílias e nós não fomos excepção. Não vi o meu tio durante muitos anos, cerca de trinta. Este ano, durante as férias no Algarve, fiz questão de o ir visitar. Viúvo, vive só mas tem a ajuda de uma empregada e das vizinhas mais simpáticas. Recebe imensos telefonemas diários de familiares e amigos que lhe vão alegrando os dias. Tem dificuldade em ver, o que o impede de ler, uma das suas paixões de sempre. Mas continua a adorar conversar. E como é difícil encontrar hoje em dia um bom conversador. Aborda qualquer tema com grande conhecimento e evidente satisfação, ajudado por uma memória prodigiosa de fazer inveja aos mais novos.
Já não tem um último modelo topo de gama, tendo optado por um pequeno utilitário que ainda conduz pelas ruas de Lagos apesar dos seus 101 anos.
Sim, leram bem! 101 anos!
“Parabéns tio Adérito”, disse-lhe eu ao telefone na semana passada. “Se não for antes, falamos de hoje a um ano”.

05 outubro 2008

Regresso

Quase um ano desde a última vez.
Tentei algumas vezes sem conseguir.
Um ano em que tanta coisa aconteceu: aniversários, seis dias por semana de trabalho, Natal, Ano Novo, chegar a casa tarde diariamente, Páscoa, Primavera, mais aniversários, Verão, Férias, domingo único dia de descanso, mais aniversários, a entrada do Marcelo para a escola, setenta e duas horas de trabalho semanal, a entrada da Luana para o infantário, enfim, um ano em que a vida correu…
Retomo este hábito que espero manter forte e enraizado como os imbondeiros da minha terra e também pelos incentivos de quem gosta de me ler, eu que sou apenas um registador de emoções, um enumerador de Regressos, pequenos momentos que me fazem feliz.
Mas este espaço não é só meu. Por isso espero que todos que por aqui passem deixem a sua marca.
Até já.