29 maio 2007

Abonos e outras "Ajudas"

Li um destes dias uma notícia que me deixou perplexo. Ou melhor, não deixou nada, até já estou habituado a este tipo de coisas e por isso trata-se apenas de um Regresso ao já visto.
A notícia era, como a maioria das notícias dos últimos tempos, sobre crianças desaparecidas. Já não há paciência para ouvir falar da pequena Maddie e dos seus pais (consta que são adeptos do swing e que se encontravam entretidos numa sessão no momento do rapto). Lamento, principalmente enquanto pai, tudo o que aquela família está a passar mas já não posso ouvir falar do caso. Se fosse uma Cátia Vanessa de Chelas ou uma Andreia Filipa da Corujeira, há muito que estaria esquecida. Com a poderosa máquina mediática inglesa a mover montanhas, vamos ter de gramar os McCann por muito tempo.
Mas o que me faz falar deste caso é que li, e achei extraordinário, o facto da Segurança Social Portuguesa ter cortado o abono de família aos pais do Rui Pedro, o míudo de Lousada, logo após o seu desaparecimento, há cerca de 10 anos. Bela maneira de dar esperança aos pais, que são apenas portugueses. Certamente a verba era tão alta que a continuação do seu pagamento poderia abalar irremediavelmente o equilíbrio das finanças públicas. Foram bem rápidos a dar o miúdo como morto e a actualizar os ficheiros da instituição, não? Em contrapartida, a minha avó faleceu há 10 anos e ainda recebe cartões para as consultas no hospital. Fantástico!
Para terminar com o tema, partilho uma notícia que recebemos há algumas semanas e que é o retrato de um país: a partir do próximo ano lectivo, acabaram os apoios para que os infantários privados ou semi-privados possam ter educadoras de ensino especial para as crianças com necessidades educativas especiais, como o meu filho, por exemplo. Cada infantário que contrate uma, se quiser. É o que temos, o nosso Paísinho de Merda!